Comida de museu
- LUIZA ESTIMA

- 9 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de jul.
Tenho minhas comidas queridas também nos museus em SP. No quadrilátero da Luz, descendo pela Linha Amarela do metrô na belíssima e muvucada Estação, o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca, o Museu de Arte Sacra (pode optar pela Estação Tiradentes, na Linha Azul) e a Sala São Paulo têm, todos, opções para fazer do passeio um completo entretenimento cultural-gastronômico.
Já fui algumas vezes na Pina Contemporânea, o conjunto mais novo do complexo da Pinacoteca de SP, onde está o restaurante com assinatura da chef Cafira Foz, o Fitó Pina. Estamos falando de arte, de muita arte brasileira e espere encontrar essa motivação no Fitó: ou seja, artesanias de comer. Cafira é nascida cearense no Piauí e faz da cultura brasileira e nordestina a alegria dos nossos pratos. Claro que tem técnica e conhecimento — vivendo uma época em Paris e profissionalizando sua cozinha ao se estabelecer em São Paulo, a moça mixturou tudo.

Agora é 60 e come. Sem apego a comidas do passado, a experiência é a sobrevivência da nossa lucidez e brilho, vai com fé. Pedi o principal intrigada pela combinação: o nhoque braseado é feito de pacovan (a quem eu nunca fora apresentada, até perguntar pra maitre, pra não ficar fazendo feio com o google na mão), que nada mais é do que uma banana, com peixe sobre um creme de moqueca espetacular e coentro — sou do fã-clube. Bom, eu contei que é divino? Claro, senão nem falaria aqui. Simplesmente peça.

Se o apetite e o tempo forem largos, invista também nas entradas: bolinho de macaxeira, drinques com e sem álcool que são mais que elixires da boa vida (adoro experimentar bebidas novas), uma favada verde, saladinha crocante de feijõezinhos, folhas e uns borogodós.

Vou te falar, fazer essas composições é uma arte, como aquelas que fico a observar, atenta e silenciosa, imaginando como o artista juntou o que tinha com o que imaginou e assim criou o espanto... Outro dia fui correndo — antes de fechar — só para ver uma obra que acabara de chegar à Pinacoteca, "Canudos não se rendeu"(2021), de Luiz Zerbini, monumental e bela.
Chame uma amiga, um parente, um colega aposentado, chame alguém e vá.






Comentários